2.5.14

Voracidade

Imagem: Google/Reprodução
Poema: Danízio Dornelles

Autodevoro
teus paradigmas
milimétricos
na geografia dos passos
sobre as pedras

Autodevoro
se te devoro
e me devoro
te devorando

Autodevoro
pelo alto
o azul do teu céu
em nuvens e boca...

Translúcido gozo
onde pássaros
em cores
bebem poesia

Autodevoro-te
Autodevoro-me

num único substrato
da mesma substância
que exclama
almas libertas
em alquimia
corpos acorrentados
em chama