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Poema: Danízio Dornelles
Autodevoro
teus paradigmas
milimétricos
na geografia dos passos
sobre as pedras
Autodevoro
se te devoro
e me devoro
te devorando
Autodevoro
pelo alto
o azul do teu céu
em nuvens e boca...
Translúcido gozo
onde pássaros
em cores
bebem poesia
Autodevoro-te
Autodevoro-me
num único substrato
da mesma substância
que exclama
almas libertas
em alquimia
corpos acorrentados
em chama