Poesia: Danízio Dornelles
o punhal da noite
fere os olhos das estrelas
(que choram brilho)
luz de contemplação
amor vivo que respinga
e escorre pelo corpo do tempo
e pelas janelas frias
destas horas mortas
o que vem do espaço
são como passos
adentrando portas
há anos-luz é assim:
o incontido afago
sem volta
se desprende
da retina do universo
para morrer estopim
sucumbe na busca
de outra quimera
nas janelas e bocas
nos sonhos dos loucos
que deste brilho
fazem seu fim