Imagem: Hospital-Colônia de Oliveira (Arquivo Público Mineiro)
Poesia: Danízio Dornelles
Na madeira apodrecida,
Vidros quebrados;
A ferrugem cobre o aço...
Corpos dormentes
rasgam a noite em devaneios...
As agulhas, sem receio,
rompem a pele dos braços
Um homem segue vivendo
Porque alguém o esqueceu
A vagar nos corredores
A noiva – vestido negro
Busca pares para a dança
Mas entre alguns recusados
Fitando ao longe os eleitos
Figura estranho despeito
Pois já não há esperança
A noite é a hora do enlace
Quando suas aias – as doenças
Castigam as frágeis crenças
No sacrifício fatal
Se os corpos adormecerem
Na estática do vazio
Restará o ósculo frio
Brindando o ato final
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