Poesia: Danízio Dornelles
Nós, os loucos, estamos na pele da noite
E na vertigem das ruas que transpiram povo
Somos o sentido impune da tempestade,
Onde colhemos a face de Quimera
Musa épica de um quadro libertário
Entre bandeiras de vinho e sangue
À nossa volta, cavalos, demônios
E cães sentem fome de escuridão
Nós, os loucos, somos apenas luz!
Translúcida alquimia que queima
Delírio que rasga a treva da noite
E penetra o sentido das coisas comuns
No céu que adormece ferido de estrelas
Deixamos o beijo suspenso por um fio
Que seja de utopia! E assim diluímos
O frio num caminhar sem fim, de poesia
Aonde vamos, somos pedra.
Fosforescência itinerante de um tempo febril
Queimam os muros em tinta à nossa volta.
Dilacera a carne o medo que não temos
Nós, os loucos, por pouco nos perdemos
Entre o delírio de viver e ser poema
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11 de setembro
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