31.1.14

Chama

Poesia/Imagem: Danízio Dornelles
Na madrugada
onde quase tudo é silêncio
espreitam nas janelas entreabertas
as vontades maldormidas

Com suas luzes brancas 
que adentram veias
percorrem
a corrente sanguínea da noite,
que pulsa

Roubam as chaves da quietude
num torvelinho surreal
de cores vivas
sobrepostas à realidade morta

Arte metafísica do encantamento
(platônico por um fio
ou por um fim)
teus cristais de pedra são alamedas
por onde caminho

Sonho que move o mundo
e gira os pedais do tempo
presente estás
como uma utopia
que escorre entre os dedos

como um quadro psicodélico
do amor e de si mesmo
como a fosforescência de mundos
entre esses dois olhares
num infinito de luas
que só as noites compreenderão

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