10.6.13

Jemah

Imagem: Google/Divulgação
Poesia: Danízio Dornelles
Uma centelha de mundo
acende os olhos do homem
que beija o calor fecundo
do fogo que lhe consome

Haverá sonoro apego
por entre as flores da morte
por entre as cores do medo
a busca incerta do norte

Quebra a rima, não importa
depois emenda os pedaços
costura a alma das portas
ao corpo inerte do aço

Escorre a navalha fria
sobre o verbo em carne nua
sangra em delírio a poesia
beijando restos de lua

Cada corpo, um sol errante
a queimar na hora escura
a eternidade do instante
que abstrai toda a loucura

Por entre o final dos tempos
dilui na sombra o caminho
queima o absinto dos olhos
sangra a noite em desalinho

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