Imagem: Google/Reprodução
Poema: Danízio Dornelles
Ele era o silêncio
A gris amplidão
A face escondida
No avesso do não
Ela, redemoinho
Que vem, dilacera
O brilho do fogo
Queimando a espera
Ele, pôr-de-sol
Numa noite qualquer
Encantou-se do vento
Qual fosse mulher
Ela era muitas
A foice, a prisão
A maçã da promessa
Tão perto da mão
Ele, calmaria
Soturno, abstrato
Moldura do tempo
Qual fosse retrato
Ela era assim
(que se há de fazer?)
Espinho que sangra
A carne a morrer
Ele, o espelho
Da sombra que passa
Imagem do algoz
Que ora lhe abraça
Ela era 'Werther'
Porém pelo avesso
A ditar 'Noites Brancas'
Nas quais adormeço
Mas um dia, o acaso
E dois passarinhos
Vestidos de asas
Nublaram o ninho
lindo!
ResponderExcluirGracias!
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