7.4.13

Noturno por Dom Ferreira

Imagem: Google/Reprodução
Poesia: Danízio Dornelles
Inspirado no espetáculo Terras de Fronteira, de Charles Ferreira

Densa morte,
estúpida sina
margeia a alma liberta
fez-lhe, o tempo, pergaminho
trouxe a vida, o desafeto

Cintila páginas
em ferida
pesada neblina
em remorso
restos de noite, perdidos
rangem sinistros nos ossos

Dom Ferreira
a tempestade
é lágrima em desvario
olhos presos no infinito
morre a alma
em assovio

Num fim de tarde,
esquecido
corda presa
em céu suspenso
Dom Ferreira beija a morte
no colorado de um lenço

Que amor terá nos olhos?
que poema
ainda lhe encanta?
amarra a corda em silêncio...
queima a agonia na pampa...

Haverá um fio de esperança
fagulha inerte do frio
curando
a alma do homem
cruzando
as águas do rio

Leia também:
A razão da poesia
Breve
A Noiva
O copo
A noite ser

2 comentários:

  1. Caro Amigo.
    Por entre a salgadura dos olhos, só consigo expressar um muito obrigado.
    Que Deus ilumine teus versos.
    Charles

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    1. Charles,

      Valorizo muito tua amizade e tua arte. Gracias pelas palavras! Que seja sempre fértil a inspiração de Dom Ferreira, para encantamento de todos nós. Abraço.

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