Poesia: Danízio Dornelles
corta em fio
um retalho da tarde:
primavera arde
como brasa suspensa
no corpo do vento
tudo viceja.
tudo colore.
no brilho opaco
da parede morta
sombras se beijam
com bocas em flor
nas portas, alamedas:
porta-retratos de pele
sementes e grão.
esparsas silhuetas
de almas andantes
sedentas de mundo
famintas de pão
quantos sóis de silêncio
até o amanhecer do tempo
diluir-se em dois?
quanto caminho,
diurna promessa?
(infinita presença
no eterno depois)
Depois... depois... (Isadora e eu) :) :)
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