Imagem: reprodução/Google
Poesia: Danízio Dornelles
Poesia: Danízio Dornelles
Sustento dos
corredores
(Sustento desses
senhores
Semeadores de
bravatas)
Entoem as serenatas
De uma nova melodia
Um dia, talvez um dia
Sucumbam raízes
mortas
Ocultas atrás de
portas
Pela voz da tirania
Um dia nasce o silêncio
Na voz de quem gritou
tanto
Um dia, abre-se o
manto
Pra enterrar o
desagravo
O trono para o
escravo
Sangue, alma e
coração
E as pedras -
somente, então
(Com cicatrizes
profundas)
Verão os sonhos
fecundos
Que marcham de pés no
chão
Um dia, quem sabe, as
pedras
Conheçam o brilho da
lua
Conheçam uma nova rua
Que seus olhos possam
vê-la
Um dia, quem sabe, a
estrela
Apague a treva
mesquinha
E as pedras (já sem
espinhos)
Constituam uma
muralha
Capaz de afrontar
batalhas
Trilhando um novo
caminho
Um dia, renasce o
sonho
Nos sonhadores sem
nome
Aqueles que colhem
fome
Por trás da mesa
vazia
Um dia, talvez um dia
Num prenúncio de
verão
As pedras que cobrem
o chão
Ganhem vida no espaço
Arrancando os pedaços
Nenhum comentário:
Postar um comentário