19.1.12

Depois que morrem as canções


Autor (poesia/imagem): Danízio Dornelles
Depois que morrem as canções
Não há flores nem quimera,
Só uma rua nublada,
Pelo olhar desconsolado
Que ficou preso à janela...

Morre a luz do olhar moreno
Num triste raio de dor,
Quando se desfaz o abraço,
Os braços rompem o laço,
Que um dia juntou o amor!

Fica um silêncio soturno
Chorando antigos sinais,
Em cada peça vazia
Morre um pouco da poesia,
Que partiu pra nunca mais.

Depois que morrem as canções,
Nos lábios que se separam,
A tristeza estende um manto,
Pra que a alma chore o pranto
Que os olhos nunca choraram...

A noite é uma tempestade,
Lembranças vagam ao vento,
Depois que morre a ternura,
A luz é uma sombra escura
Na treva do esquecimento.

Depois que morrem as canções
Morre a vida, devagar,
Sem saber da despedida,
O tempo cura as feridas,
E deixa a alma a sangrar...

Do DVD XIII Fecanpop
L: Danízio Dornelles/M: Andriego von Laer
1º lugar, música mais popular e melhor letra (Troféu Acanguaçu)


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