Poesia: Danízio Dornelles
Os dias descalços
arrastam pés
sobre a poeira da distância
que não vejo,
que não vejo,
As horas noturnas
são instantes, apenas
são instantes, apenas
que se diluem
entre os dedos do tempo
entre os dedos do tempo
Lento...
Desfaço o carretel dos ponteiros,
Desfaço o carretel dos ponteiros,
Contemplo o encantamento
no véu suspenso
no véu suspenso
de um céu imenso,
de um azul sem fim
de um azul sem fim
Estranho...
Partículas de luz florescem
no cinza dos olhos,
no cinza dos olhos,
Luz na manhã cinza
de uma terra fria,
de uma terra fria,
Luz-poema,
Poesía eres tú, pensaria Bécquer
Poesía eres tú, pensaria Bécquer
No hispano encanto
de uma noite sem lua
de uma noite sem lua
Estranho...
Os abraços que não findam,
naufragam, emergem,
rasgam a constituição dos segundos
naufragam, emergem,
rasgam a constituição dos segundos
Dilaceram as regras
do comum, simplesmente,
Buscam traduzir-te
no espelho interior
onde me vejo
do comum, simplesmente,
Buscam traduzir-te
no espelho interior
onde me vejo
Desperto de mim,
me encontro em ti
Num poema de Bécquerme encontro em ti
Ou no querer que quero
Leia também:
Sol em brase e pele
Breve II
O pecado da nudez
Paola
Des(a)tino
Nenhum comentário:
Postar um comentário