27.1.12

Confluência

Imagem: reprodução/Google
Poesia: Danízio Dornelles
Lentamente...
Os dias descalços
arrastam pés
sobre a poeira da distância
que não vejo,
As horas noturnas
são instantes, apenas
que se diluem
entre os dedos do tempo

Lento...
Desfaço o carretel dos ponteiros,
Contemplo o encantamento
no véu suspenso
de um céu imenso,
de um azul sem fim

Estranho...
Partículas de luz florescem
no cinza dos olhos,
Luz na manhã cinza
de uma terra fria,
Luz-poema,
Poesía eres tú, pensaria Bécquer
No hispano encanto
de uma noite sem lua

Estranho...
Os abraços que não findam,
naufragam, emergem,
rasgam a constituição dos segundos
Dilaceram as regras
do comum, simplesmente,
Buscam traduzir-te
no espelho interior
onde me vejo

Desperto de mim,
me encontro em ti
Num poema de Bécquer
Ou no querer que quero


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