5.2.12

O Verde das Luas Mortas


Imagem: desconhecido
Poesia: Danízio Dornelles
Os homens plantam a ganância
Sob o céu dos desiguais,
E a floresta que avança
Mata a terra e algo mais...
Vão herdeiros do silêncio
Seguindo o rastro da fome,
Que a justiça anda esquecida
Da miséria que os consome.

Agonizam as espécies
Junto às árvores do mal,
Morre o verde das lavouras
Pelo verde artificial;
Nas searas dos humildes
Há uma ausência anunciada,
Porque a luz de luas mortas
Não clareia a madrugada.

E meus olhos perdem o brilho
Por luas mal divididas,
Quem mata a alma dos campos
Não pode gerar a vida,
Pois os mesmos alambrados,
Que demarcam estas fronteiras,
Por vezes têm cães de guerra,
Por vezes viram poeira...

Agonizam as espécies
Por luas mal divididas,
Da miséria que consome
A justiça anda esquecida!
Só meu sonho mais febril,
Em meio à louca utopia,
Vê enxadas sobre a terra,
Sob a luz de um novo dia...


Leia também:
Arado-poema
Em frente
O terço
O vestido da morte
21 de agosto

Nenhum comentário:

Postar um comentário